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Suporte à estudantes surdos é referência na Educação Municipal

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Este mês é celebrada a visibilidade da comunidade surda no Setembro Azul
A socialização e comunicação do estudante João Pedro Cruz, que é surdo e estuda na Escola Municipal Norma Suely Mascarenhas, foi facilitada com a mediação de uma intérprete da Língua Brasileira de Sinais nas aulas regulares e também com o Atendimento Educacional Especializado (AEE) em surdez, no Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva.

Mais 29 estudantes surdos ou com deficiência auditiva estão matriculados na rede municipal. Esses alunos frequentam regularmente a escola e no turno oposto têm atendimento no centro, sendo alfabetizado em Libras como primeira língua (L1) e Língua Portuguesa, na modalidade escrita, como segunda (L2).

João, que está no 4º ano do Ensino Fundamental, é um menino alegre e sorridente que gosta muito de aprender. Ele disse que ama estar no Centro de Educação Inclusiva e na escola.

O garoto transformou a rotina na escola Norma Suely. Apesar de ser o único estudante surdo na unidade, todos se mobilizam para que seja um espaço acolhedor e inclusivo.

Para a professora Graciele Silva esta foi uma das missões mais nobres e desafiadoras que recebeu em toda carreira profissional, pois aprende todos os dias sobre diversidade, respeito, amor e inclusão

“Eu separo duas vezes no meu planejamento da semana um a inclusão do nosso momento de Libras com toda a turma e também faço questão que ele compartilhe suas experiências e percepções nas nossas discussões. E, na medida do possível, as atividades de João são adaptadas para que ele tenha condições de alcançar seu desenvolvimento pleno”, frisou.

As aulas são traduzidas para Libras com o auxílio de uma intérprete, que no caso de João Pedro é a Cristiane Barbosa Reis. É de responsabilidade do profissional ser a voz do professor, todo o processo pedagógico é feito apenas pelo docente. Além dessa contribuição, Cris, como é chamada, ainda separa um tempo para que a turma aprenda Libras.

Já no Centro de Educação Inclusiva, a equipe é responsável por atender os alunos uma vez por semana para aprenderem a Língua Brasileira de Sinais e a cada quinze dias participa do atendimento em grupo, para incentivar a socialização e disseminação da sua língua materna em contato com seus pares. É também no Centro onde são realizadas formações e os intérpretes são encaminhados.

“Este é um mês de conquistas e lutas para toda comunidade surda no Brasil e no mundo. Mais uma oportunidade de disseminar e manter viva a língua de sinais e a busca por uma educação de qualidade para todos ”, chamou atenção Aglaia Muritiba, professora do AEE na área de Surdez.

Para Michele Paixão Cruz, mãe do garoto, todo suporte que o filho recebe faz total diferença na vida deles. Ela sente que o filho está sendo realmente incluído e se desenvolvendo cada vez mais, “agora sei que tem se encaixado no mundo, está se expressando tão bem”, pontuou.

“Não sei o que seria de mim sem a escola e o Centro, aqui é minha segunda família, eu me sinto apoiada a todo instante por eles. Antigamente não conseguia lidar com meu filho e nem tinha contato com a Libras, não entendia a deficiência dele, mas hoje aceito e faço o melhor para ele”, ressaltou Michele